terça-feira, 22 de novembro de 2011

O DIREITO DE SONHAR

Tente adivinhar como será o mundo depois do ano 2000. Temos apenas uma única certeza: se estivermos vivos, teremos virado gente do século passado. Pior ainda, gente do milênio passado.
Sonhar não faz parte dos trinta direitos humanos que as Nações Unidas proclamaram no final de 1948. Mas, se não fosse por causa do direito de sonhar e pela água que dele jorra, a maior parte dos direitos morreria de sede.
Deliremos, pois, por um instante. O mundo, que hoje está de pernas para o ar, vai ter de novo os pés no chão.
Nas ruas e avenidas, carros vão ser atropelados por cachorros.
O ar será puro, sem o veneno dos canos de descarga, e vai existir apenas a contaminação que emana dos medos humanos e das humanas paixões.
O povo não será guiado pelos carros, nem programado pelo computador, nem comprado pelo supermercado, nem visto pela TV.
A TV vai deixar de ser o mais importante membro da família, para ser tratada como um ferro de passar ou uma máquina de lavar roupas.
Vamos trabalhar para viver, em vez de viver para trabalhar.
Em nenhum país do mundo os jovens vão ser presos por contestar o serviço militar. Serão encarcerados apenas os quiserem se alistar.
Os economistas não chamarão de nível de vida o nível de consumo, nem de qualidade de vida a quantidade de coisas.
Os cozinheiros não vão mais acreditar que as lagostas gostam de ser servidas vivas.
Os historiadores não vão mais acreditar que os países gostem de ser invadidos.
Os políticos não vão mais acreditar que os pobres gostem de encher a barriga de promessas.
O mundo não vai estar mais em guerra contra os pobres, mas contra a pobreza. E a indústria militar não vai ter outra saída senão declarar falência, para sempre.
Ninguém vai morrer de fome, porque não haverá ninguém morrendo de indigestão.
Os meninos de rua não vão ser tratados como se fosse lixo, porque não vão existir meninos de rua.
Os meninos ricos não vão ser tratados como se fosse dinheiro, porque não vão existir meninos ricos.
A educação não vai ser um privilégio de quem pode pagar por ela.
A polícia não vai ser a maldição de quem não pode comprá-la.
Justiça e liberdade, gêmeas siamesas condenadas a viver separado, vão estar de novo unidas, bem juntinhas, ombro a ombro.
Uma mulher - negra - vai ser presidente do Brasil, e outra - negra - vai ser presidente dos Estados Unidos. Uma mulher indígena vai governar a Guatemala e outra, o Peru.
Na Argentina, as loucas da Praça de Maio vão virar exemplo de sanidade mental, porque se negaram a esquecer, em tempos de amnésia obrigatória.
A Santa Madre Igreja vai corrigir alguns erros das Tábuas de Moisés. O sexto mandamento vai ordenar: "Festejarás o corpo". E o nono, que desconfia do desejo, vai declará-lo sacro.
A Igreja vai ditar ainda um décimo - primeiro mandamento, do qual o Senhor se esqueceu: "Amarás a natureza, da qual fazes parte".
Todos os penitentes vão virar celebrantes, e não vai haver noite que não seja vivida como se fosse à última, nem dia que não seja vivido como se fosse o primeiro.
Texto retirado do site:http://www.jefferson.blog.br/2008/01/o-direito-de-sonhar-de-eduardo-galeano.html

Este texto belíssimo texto citado pela professora: Marta, no curso de pedagogia, na faculdade Metodista, nos relata que o mundo para melhorar falta muito, pois desde sua criação o homem só vem pesando em benefícios próprios, onde defende sua própria pele, animais irracionais é isso que somos, estamos fazendo que a nossa própria espécie entre em extinção e somo nós os caçadores,  homens mesquinhos e arrogantes.
Através deste texto entendemos que a esperança e a transformação, para muitos pode parecer utopia, mas para nós que acreditamos na educação ecomo futuros educadores, estamos em busca de melhoras para que um dia, todos nós possamos   deitar nossas cabeças em nossos travesseiros e termos um sono digno e justo, é como dizia Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda".



Referencias de Paulo Freire retirada do site: http://espacompartilhado.blogspot.com/




Por :Laurita Lisboa Norberto

Nenhum comentário:

Postar um comentário